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Nº 5702
Opinião

COMÉRCIO EXTERIOR, 2022 E OS DESAFIOS FUTUROS

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Por Fábio Pizzamiglio - diretor da Efficienza-Negócios Internacionais e atual presidente do E.C. Juventude (RS) | Edição do dia 16/12/2022

Matéria atualizada em 16/12/2022 às 04h00

O ano de 2022 apresentou inúmeros desafios para o comércio exterior. Se nos anos anteriores nós tivemos graves impactos pela pandemia, esse ano o conflito militar na Europa foi um dos problemas enfrentados pelos negócios internacionais. Porém, por mais que tenhamos desafios, existem motivos para comemorar, em novembro registramos superávit de US$ 6,675 bilhões, com US$ 28,164 bilhões em exportações e US$ 21,489 bilhões em importações. Com isso, a corrente comercial atingiu US$ 49,654 bilhões, segundo o Ministério da Economia.

Esse resultado positivo foi em um ano que historicamente apresenta dificuldades: o ano da eleição presidencial. Porém, a expectativa para o próximo ano é de mais desafios. Um dos principais desafios será demonstrar a importância da isenção de impostos para micro e pequenas empresas. E uma das preocupações do setor está com a possibilidade de o novo governo rever reduções de impostos que foram de grande importância para os números da balança comercial. A ideia é aumentar a arrecadação para manter as propostas da PEC da Transição, uma dívida de R$ 200 bilhões anuais, por quatro anos. Porém, medidas dessa natureza têm um impacto negativo no médio e no longo prazo e isso põe em dúvidas projetos como o drawback para empresas menores. Tudo isso, acaba diminuindo as possibilidades dos empresários brasileiros e atinge, principalmente, aqueles com menor faturamento. Com um horizonte incerto, pela transição governamental, cabe-nos apenas a reflexão sobre esse ciclo que está se encerrando. Se em 2022 tivemos pontos positivos, quando tratamos de isenções que fortalecem nossa economia, também tivemos impactos internacionais em nossa economia. E, com o encerramento do ano, ainda não temos algumas respostas para conflitos que impactaram de maneira catastrófica a logística e o comércio entre os países. A Guerra na Ucrânia continua, tal como as tensões na Ásia. E, por mais que observemos um afrouxamento na política de Covid zero na China, ainda é cedo para comemorar. O ano de 2023 será um momento decisivo. Principalmente quando observamos cada vez mais restrições aos produtos do Brasil. Assim, o desafio do próximo governo já está traçado: ampliar a política externa e mostrar a nossa capacidade econômica. É necessário, respeitar o agronegócio e valorizar nossos avanços tecnológicos e de sustentabilidade. Desenvolver mais setores da nossa economia, investir em refino e ter responsabilidade econômica e fiscal para podermos voltar a um crescimento adequado ao tamanho e potencialidade do nosso país. Não podemos ter regressos em relação às isenções estratégicas e precisamos estar preparados para os novos desafios que se apresentam no horizonte.

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