Maceió,
Nº 5821
Opinião

PORTA DE SAÍDA .

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Por Editorial | Edição do dia 14/09/2023

Matéria atualizada em 14/09/2023 às 04h00

Levantamento realizado pelo Instituto Mobilidade e Desenvolvimento Social revelou que, da primeira geração de beneficiários do programa Bolsa Família, apenas um em cada cinco filhos continuava recebendo a ajuda federal.

Os estudos, divulgados esta semana, mostram que 64% dos beneficiários dependentes de 7 a 16 anos do programa em 2005 não se encontravam mais no Cadastro Único 14 anos depois, em 2019. Naquele ano, essas pessoas tinham entre 21 e 30 anos.

Da parcela que permanecia no CadÚnico, 20% continuavam recebendo o Bolsa Família no início da vida adulta, enquanto outros 14% constavam do cadastro, mas não recebiam o benefício, porque, conjunturalmente, estavam acima da “linha de pobreza”, mas ainda sob risco de voltar a ela a qualquer momento.

O resultado do levantamento feito pelo instituto parece derrubar umas das principais críticas que sempre se fizeram em relação ao programa, a de que ele criaria dependência para as famílias beneficiárias, ou seja, as desencorajaria a procurar emprego.

Pelos dados dos estudos, 45% desses jovens acessaram o mercado de trabalho formal pelo menos uma vez entre 2015 e 2019. O nível de escolaridade dos pais também influencia, com o acesso ao mercado de trabalho mais frequente entre os filhos de pais com ensino médio completo (51%), do que entre aqueles com pais com os anos iniciais do ensino fundamental incompletos (38%), por exemplo.

Não há dúvida de que, apesar de todas os questionamentos e críticas, o Bolsa Família desempenhou um papel crucial para que o Brasil melhorasse seus indicadores sociais, a um custo relativamente baixo, tanto que obteve reconhecimento internacional e vem sendo copiado por outros países.

Uma das principais condicionalidades para o recebimento do Bolsa Família é o compromisso dos pais e/ou responsáveis em assegurar a presença das crianças e adolescentes em sala de aula e educação é, certamente, uma das principais portas de saída que se pode oferecer a esses jovens.

Entretanto, é preciso avançar e ajudar as famílias a ter um plano de acompanhamento para superação da pobreza, com capacitação profissional e educação financeira.

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