Maceió,
Nº 5700
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CONSTRUTORES DE ALAGOAS XXXVII .

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Por Laurentino Veiga – ex-professor do Cesmac | Edição do dia 25/04/2024

Matéria atualizada em 25/04/2024 às 04h00

Padre Humberto de Araújo Cavalcanti, meu excelente professor de Português no Velho Liceu alagoano na década de sessenta. Didática exponencial, erudito no falar e no escrever o vernáculo herdado de Camões e Bilac. Advogado, exímio orador sacro. Ostentava mestrado em Direito pela PUC do Rio de Janeiro. Certa feita, indaguei-o: Mestre que devo fazer para me tornar jornalista-escritor? “Leia todos os clássicos da literatura, a começar pelo Mestre Graça, Machado de Assis, Humberto de Campos, Aloisio Galvão, Medeiros Netto.

Nascido na velha Viçosa, cognominada de “Atenas Alagoana” pela pujança intelectual que viveu na década de trinta com José Amorim, José Aloisio Vilela, José Maria de Mello, Monsenhor Cícero Teixeira de Vasconcelos, Cardeal Avelar Brandão Vilela, Dênis Portela de Mello e Evilásio Torres. O expoente da “Escola de Alagoas”, ordenou-se Sacerdote na Universidade Gregoriana em Roma no dia 08 de dezembro de 1950. Aqui se tornou evangelizador da Santa Igreja Católica Romana, a pedido de sua genitora Gilberta Moura de Araújo Cavalcanti.

“Não podemos, em hipótese alguma, perder a nossa identidade humano-divina: filhos de Deus e irmãos uns dos outros, com todas as consequências daí decorrentes e a nossa adesão sincera e totala essa realidade, capaz de nos fazer alegres em meio à tristeza, pacíficos no turbilhão da atual violência e possível ilha da bondade num mar da maldade”. Disse ainda: Crescente amor pela terra amada, mesmo distante. As inspirações telúricas continuam e as forças da inteligência tomam novo alento com a lembrança dos antepassados queridos.

Padre Humberto Cavalcanti fora professor catedrático do Colégio Estadual de Alagoas e do Colégio Estadual Moreira e Silva, foi Consultor Jurídico do Estado de Alagoas, Sócio efetivo da Casa de Demócrito Gracindo, do vetusto Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas. Foi Chefe de Gabinete da Reitoria da UFAL (reitorado de Nabuco Lopes. Escreveu o magnifico livro “O Bangue das Alagoas”. Honrou os cargos que exerceu com zelo e competência. Deixou marcas indeléveis que a poeira do tempo não conseguirá apagar.

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