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Política

PERITOS PARAM ATIVIDADES A PARTIR DE SEGUNDA-FEIRA

Servidores suspendem exumações e reduzem necropsias para cobrar por concurso

Por regina carvalho | Edição do dia 07/12/2019

Matéria atualizada em 07/12/2019 às 06h00

Peritos pressionam o governo do Estado para que seja realizado novo concurso público para a Perícia Oficial de AL
Peritos pressionam o governo do Estado para que seja realizado novo concurso público para a Perícia Oficial de AL | Divulgação

Servidores que atuam no Instituto de Criminalística (IC) e nos dois institutos médicos legais de Maceió e de Arapiraca vão suspender parcialmente as atividades por tempo indeterminado, na segunda-feira (9). A paralisação foi decidida em assembleia, na semana passada, após meses de negociação e espera pela confirmação de concurso público para os órgãos da Perícia Oficial.

“A gente estima que funcione 50% dos serviços oferecidos pelos órgãos. Resolvemos manter a maioria dos atendimentos à população e paralisar os exames em presos, medida necessária para transferir suspeitos e acusados para presídios. Também serão suspensas as exumações, exames complementares ou em domicílio. Ou seja, no grosso, a população não vai ser prejudicada. Os exames de corpo de delito e de crimes sexuais também serão mantidos”, explica João Alfredo Guimarães, perito odontolegista do IML de Maceió. Entretanto, a paralisação das atividades deve afetar a realização de necropsias, que serão reduzidas. O odontolegista acrescenta ainda que a proposta de criação dos cargos foi discutida junto com o governo. “Ou seja, é uma proposta do governo e o próprio governo deu parecer contra. Estamos esperando que o governo envie esse projeto para a Assembleia Legislativa, porque o projeto está pronto. Já conversamos oito meses. Vamos trabalhar com 50% das equipes, não tem como dizer o número de corpos que serão liberados por dia”. “Nós estamos numa conversa permanente com o governo desde abril, sentados numa mesa de negociação e montando um quadro de vagas para viabilizar o concurso para a perícia, inclusive porque o governador, desde a sua reeleição, teve o compromisso de abrir o Instituto de Criminalística em Arapiraca. Só não abriu porque não tem gente para colocar lá. O que espantou a gente, com toda sinceridade, foi porque essa proposta trabalhada ao longo de todos esses meses e agora já em novembro esse processo correu todo normal, e quando chegou na Secretaria da Fazenda o processo recebeu um parecer negativo. Sendo que o próprio governo propôs o que está lá no processo”, lamenta João Alfredo. Se o concurso público para a Perícia Oficial fosse realizado – segundo a categoria – haveria condições de abrir o Instituto de Criminalística de Arapiraca. “A gente tem apenas um Instituto de Criminalística em Maceió para dar conta dos 102 municípios alagoanos. Cada plantão conta com três equipes. Então nós temos ocorrências na capital, no interior, no Agreste, no Sertão. Tem dia que a equipe vira a noite nas viaturas, mas não consegue dar vencimento”, finaliza. “Como há mais criminosos sendo presos e mais flagrantes é óbvio que a necessidade de provas técnicas aumenta, mas temos um quadro muito reduzido com apenas um instituto na capital e as apreensões de armas, drogas, munições e flagrantes estão aumentando. Como vamos dar conta disso daí?”, questiona o servidor público. A reportagem entrou em contato com a Perícia Oficial, que não quis se pronunciar sobre o assunto.

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