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Política

ADEPOL COBRA CONCURSO PARA NOVOS DELEGADOS

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Por arnaldo ferreira | Edição do dia 07/12/2019

Matéria atualizada em 07/12/2019 às 06h00

O presidente da Associação dos Delegados de Polícia de Alagoas, Robervaldo Davino, confirma que os colegas decidiram não trabalhar mais nos plantões e repete o que tem cobrado nas últimas entrevistas. “É preciso fazer concurso para novos delegados”. Davino revelou que o número de delegados, que era 90 no início do ano, caiu para 85 e deve continuar caindo. Na avaliação dele, pelo menos mais 30 colegas devem se aposentar a qualquer momento. Ele é um deles, porque tem mais de 40 anos de atividades e com férias vencidas.

Com relação a falta de delegados no interior, também confirmou que o problema ocorre. Explicou que a Secretaria de Segurança Pública, para tentar resolver o problema, aumentou as atribuições dos colegas dele. Hoje tem delegado que trabalha em até cinco delegacias. “O acúmulo de função compromete o trabalho porque o delegado a cada dia tem que estar em outra cidade”. Por isso, tem caso de cidade que só tem delegado uma vez por semana. Na cidade que não tem delegado, a população tem que se deslocar para outras mais próximas, a fim de fazer boletim de ocorrência ou outro procedimento, explica Davino. A situação deve piorar porque alguns delegados disseram à Gazeta que “não são escravos para trabalhar nos plantões sem receber”. Eles confirmaram que as maiores cidades têm centenas de inquéritos parados por falta de condições e de gente para investigar os crimes. As delegacias do interior tem efetivos diários de no máximo cinco policiais e um delegado uma vez por semana. Os registros de roubos e furtos de pequena monta, tentativas de estupro, denúncias de grupos rivais em comunidades pobres, entre outros crimes pequenos, raramente são investigados. Crimes de homicídios de autoria desconhecida em áreas pobres também lotam os arquivos de casos impunes na capital e interior do estado. “A gente tem metas. Uma delas é concluir pelo menos 15 inquéritos por mês, existe um esforço grande, a meta geralmente não é atingindo”, lamentou um dos delegados da chamada linha dura e que prefere não ser identificado.

“POLÍCIA JUDICIÁRIA CUMPRE SEU PAPEL”

Ao contrário do que diz os dirigentes do Sindicato dos Policiais Civis, que cobra concurso pública para compor o efetivo de 4 mil policiais e 205 delegados, o diretor-geral da Polícia Civil de Alagoas disse que o estado nunca teve os efetivos reclamados pelas categorias. Reconheceu, porém, a necessidade de “incrimento policial” por causa de aposentadorias e afastamentos de policiais e delegados. Paulo Cerqueira, em resposta às perguntas da Gazeta, disse também que a falta de efetivo não compromete o trabalho da polícia. “A atividade de Polícia Judiciária jamais será comprometida por qualquer motivo, pois a Polícia Civil é imprescindível na estrutura da Segurança”, diz.

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