Gazeta de Alagoas
Pesquise na Gazeta
Maceió,
Nº 0
Política

OAB/AL VAI LEVAR AO CONSEG CASO DE AGRESSÃO A ADVOGADO

Profissional alega que levou soco no rosto dado por um policial militar enquanto buscava por informações sobre cliente preso

Por tatianne lopes | Edição do dia 24/01/2020

Matéria atualizada em 24/01/2020 às 06h00

Episódio aconteceu na Central de Flagrantes, no Farol, e mobilizou diretoria da OAB/AL
Episódio aconteceu na Central de Flagrantes, no Farol, e mobilizou diretoria da OAB/AL | Divulgação

Um advogado foi agredido com um soco no rosto por um policial militar, na noite da última quarta-feira, enquanto acompanhava um cliente suspeito de furto de veículo. Por conta disso, a Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Alagoas (OAB/AL) confirmou à reportagem que vai levar o caso para o Conselho Estadual de Segurança (Conseg). Segundo o secretário-geral da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Alagoas (OAB/AL), Leonardo Moraes, o advogado levou um soco no rosto enquanto desempenhava a sua função. Ele disse que o colega de trabalho foi acionado após uma denúncia anônima em que apontava seu cliente como suspeito de ter furtado uma motocicleta. Durante o atendimento, ao se apresentar como advogado do suspeito, o profissional foi agredido. “Ele depois foi obrigado a ficar no canto da parede juntamente com o seu cliente. Quando quis sair, teve uma arma apontada para o seu rosto, e, ao final, foram proferidas contra ele palavras de baixo calão”, relatou Moraes. O fato foi registrado na Central de Flagrantes I, no bairro do Farol, onde foi confeccionado um Boletim de Ocorrência (BO), pelos crimes de abuso de autoridade, injúria e lesão corporal. O caso foi acompanhado pelo presidente da OAB/AL, Nivaldo Barbosa; o vice-presidente, Vagner Paes; e outros diretores da Ordem. “[...] o policial militar Sebastião Cícero Oliveira Lins se dirigiu até o comunicante, bastante exaltado; que Sebastião de repente ficou irritadiço e agressivo; que o comunicante em resposta pediu calma ao militar, entretanto foi agredido de surpresa com um soco no rosto; que um outro militar então conteve Sebastião, enquanto outro policial imobilizou o comunicante contra a parede ao lado de seu cliente [...]”, diz trecho do Boletim de Ocorrência. Conforme Leonardo Moraes, será instaurado um inquérito policial para investigar o caso, que, também, será levado ao Conseg, de forma que os militares envolvidos sejam responsabilizados pelo ocorrido.

VERSÃO DO MILITAR

O militar, por sua vez, informou ao delegado de plantão que não chegou a agredir o advogado, retirando o mesmo da calçada de forma proporcional e sem uso de violência. A medida foi tomada após o advogado ter se negado a se afastar do cliente.

“[...] algum tempo depois, o senhor Kleriston Lincoln apareceu no local; que de início ele não se identificou como advogado; que o comunicante e sua guarnição pediram para que Kleriston se afastasse; que explicaram que ele precisava se afastar por uma questão de segurança; que repetidas vezes Kleriston se negou a se distanciar e insistia que não sairia da calçada; que após diversas tentativas frustradas, o comunicante então retirou o senhor Kleriston do exato local onde estava, afastando-o alguns metros do sítio da abordagem que se desenrolava; que deslocou o advogado de forma proporcional e sem uso de violência. Por fim, destacou o comunicante que o suposto autor apenas exibiu sua carteira da OAB após ter sido deslocado da calçada”, aponta trecho da defesa do militar durante a confecção do Boletim de Ocorrência.

Mais matérias desta edição