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Maceió,
Nº 5694
Política

RUI PALMEIRA CONFIRMA QUE VAI DISPUTAR O GOVERNO EM 2022

Prefeito de Maceió também reclama do descaso do governador Renan Filho com o problema no bairro do Pinheiro e região

Por Marcos Rodrigues | Edição do dia 25/01/2020

Matéria atualizada em 25/01/2020 às 11h32

Quando o assunto é eleição municipal o que está em jogo é a sucessão do prefeito Rui Palmeira (PSDB), que chega ao seu oitavo ano de gestão com “as mãos limpas”, sem responder a nenhum processo e com boa aprovação do maceioense. O que era compromisso se tornou princípio levado a sério por todos os secretários que já ocuparam cargos, tanto que nenhum deles foi acordado pela Polícia Federal ao raiar do sol, como costumam acontecer as operações da PF. Por isso acredita que se credencia, também, para uma disputa em 2022 para o governo do Estado, no que classifica como “processo natural” de evolução política. Sem a ajuda do governo estadual, ele encarou ao lado de sua equipe o desafio de articular saídas para a grave crise urbana que afetou o bairro do Pinheiro, sem qualquer tipo de exploração política do fato como fez, por exemplo, seu adversário, o deputado federal João Henrique Caldas (PSB). “É importante mostrarmos que estamos fazendo uma gestão séria e focada em resultado. E a gente, claro, fica feliz em estarmos no último ano sem problemas na Justiça. Eu particularmente não respondo a nenhum inquérito, a nenhum processo, já que isso é difícil porque no dia a dia tem de lidar com milhares de processos de licitação e muitas outras coisas que têm minha assinatura. Mas acho que temos tido uma cautela grande. A Procuradoria do Município e a Agência Municipal de Regulação de Serviços (Arser), que faz as licitações, têm ajudado bastante por ser um filtro importante, que age com muita cautela para evitarmos qualquer problema neste sentido”, destaca. Sobre a falta de apoio e parceria com o governo do Estado, Rui Palmeira reconhece que se isso ocorresse, não de forma política, mas baseada em princípios administrativos, criaria uma proximidade e, em sua avaliação, construiria um canal “que sempre ajuda”, mas que independente disso a sua gestão foi “buscar alternativas”. Foi isso que viabilizou a busca de recursos, por meio de empréstimos na ordem de US$ 70 milhões para a criação e execução do Programa Nova Maceió. “Hoje em Maceió o que se roda de recursos é praticamente para pagar folha de pagamento e sobra muito pouco para investimentos. Então tivemos que se virar como podíamos, que foi buscar financiamentos. O Nova Maceió, por exemplo, é fruto de investimentos do Banco do Brasil e do Banco CAF, na ordem de US$ 70 milhões. Nós começamos a trabalhar isso em 2015”, revela Rui. Ele lembrou que naquele ano, já em seu segundo mandato, a equipe percebeu que precisava criar mecanismos para não ficar engessada e fazer intervenções urbanas na cidade com vistas a melhorar, em especial a mobilidade, mas também garantir qualidade de vida. A prova é que até o momento tem realizado obras como a Avenida Moura Rocha e agora está em fase de conclusão da Avenida Humberto Gomes de Barros. “Além disso, iniciamos pacote de investimentos na ordem de R$ 30 milhões para o bairro do Clima Bom, que inclui urbanização e esgotamento sanitário, num dos bairros que é o mais carente e violento da cidade. Mas também vamos inciar nos próximos dias os bairros da Santa Lúcia, Aeroclube, Tabuleiro do Martins e Cidade Universitária. Essas obras do Nova Maceió também chegarão ao litoral norte: de Guaxuma até o Sauaçuy, com esgotamento sanitário e até mesmo estação de tratamento de esgoto “, completa o prefeito. A busca de recursos, entretanto, não foi algo fácil. Existiram, além da burocracia, ações políticas orquestradas por opositores do próprio Estado, em Brasília (DF), que retardaram processos. “Nós tivemos algumas figuras tentando atrapalhar o Nova Maceió. As pessoas se lembram que aqui tivemos o Tribunal de Contas do Estado, que levou sete meses para conceder uma certidão que poderia sair em até 24h, tanto que fui à imprensa denunciar essa situação. Quando o processo sobre o financiamento chegou ao Senado aconteceram movimentos para atrapalhar a aprovação na Comissão de Assuntos Econômicos, argumentando pessoalmente. E naquele momento o senador Tasso Jereissati (PSDB) e Benedito de Lira (PP) foram muito importantes. Assim como o deputado Arthur Lira (PP), que esteve comigo em dezembro de 2018 na assinatura, e o ministro da Fazenda assinando o contrato de financiamento. Agradeço a todos eles e, também, à Câmara Municipal que aprovou o empréstimo para o maior pacote de investimentos. Prefiro deixar de lado quem agiu com mesquinhez política e destacar quem nos ajudou”, enfatiza o prefeito à Gazeta.

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