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Política

PSDB QUER EMPLACAR CANDIDATO PRÓPRIO PARA PREFEITO, DIZ RUI

Entre os cotados está o vereador Eduardo Canuto, mas prefeito de Maceió não descarta aliança com deputado Davi Davino Filho, do PP

Por Marcos Rodrigues | Edição do dia 25/01/2020

Matéria atualizada em 25/01/2020 às 06h00

Deputado Davi Davino Filho está na mira de potenciais candidatos a prefeito de Maceió com o apoio de Rui
Deputado Davi Davino Filho está na mira de potenciais candidatos a prefeito de Maceió com o apoio de Rui | Divulgação

Com uma equipe formada por técnicos, depois de enfrentar barreiras de seus opositores alagoanos para liberação dos recursos do Nova Maceió, em Brasília, o tucano chega a 2020 com plenas condições de articular um nome em seu grupo político. Garante que tem conversado com os partidos aliados e não descarta filiar alguém de fora da legenda para encabeçar a disputa. Entre alguns nomes existentes no seu campo de aliança estão o próprio vice-prefeito, Marcelo Palmeira (PP), a quem Rui sempre garantiu espaço político, mas que hoje perdeu terreno dentro de sua legenda por conta do crescimento do deputado estadual Davi Davino Filho (PP). Há ainda ao seu lado o secretário de governo e líder do Executivo na Câmara Municipal, o vereador Eduardo Canuto (PSDB), além do secretário de Iluminação Pública, Tácio Melo (Podemos). Um detalhe importante revelado por Rui é que nada o impede de também trazer para o grupo algum nome de fora. Mas, até o momento, a única questão da qual não abre mão é que depois de 13 anos de filiação ao PSDB a “cabeça de chapa” seja tucana. “Temos dialogado com quase todos esses pré-candidatos. Esperamos que até meados do mês de fevereiro tenhamos o nosso nome e coloquemos o ‘bloco na rua’. Acho importante que isso aconteça. A minha meta é essa. Tenho ótimo diálogo com Davi Filho, com Eduardo Canuto que é meu parceiro, com o Marcelo e o Tácio que tem sido um articulador de várias conversas. Mas minha meta é buscar um nome para a cabeça da chapa do PSDB. Quero um candidato competitivo, tanto que tenho trabalhado diuturnamente para isso”, confirmou Rui. Sobre a situação do senador Rodrigo Cunha (PSDB), mesmo sem ser alguém que esteja ou apareça com frequência ao seu lado, Rui garante que não há divergências que atrapalhe o diálogo. Mas reconhece que sua proximidade, mesmo que institucional com Eudócia Caldas, sua suplente, e mãe de João Henrique Caldas pode ter criado uma espécie de ‘aliança branca’ para o próximo pleito. “Estive recentemente com o Rodrigo [Cunha]. Entendo que tenha uma boa relação com o deputado federal João Henrique Caldas. Mas entendo que o mais importante é fortalecer o partido: PSDB. É uma incoerência o partido apoiar qualquer nome de fora dele, até porque temos a administração da cidade por oito anos e vamos encerrar a gestão com muitas obras a serem entregues e de forma vitoriosa. Não concebo apoiar alguém de fora do partido, ainda mais alguém que me faz sistemática oposição”, reagiu com veemência Rui. Diante desta análise política, ele não poupou críticas ao parlamentar do PSB e ao histórico que sua família tem na pequena cidade de Ibateguara, no interior do Estado. Para o prefeito, ele tem boa visibilidade nas redes sociais, porém, costuma estar ausente dos problemas reais da cidade. “O deputado João Henrique Caldas vai muito bem nas redes sociais. O modelo de gestão dele pode ser visto em sua cidade, que já foi comandada pela avó, a mãe e, agora, é comandada pelo primo nos últimos 40 anos. Quem quiser conhecer isso é só ir ou se informar sobre a cidade”, apontou o prefeito. Indagado sobre porque não chama o parlamentar pela sigla “JHC”, que o deputado cunhou ao longo do tempo, Rui afirma que não é por maldade ou para fazer alusão ao processo de corrupção ao qual o pai João Caldas (ex-deputado federal) foi condenado e que acabou banindo-o da política. “Na verdade, João Caldas é o nome dele, já ‘JHC’ é um nome fantasia. E eu, particularmente, prefiro chamar as pessoas pelo seu nome real”, justificou Palmeira.

INCÓGNITA

O prefeito também comentou como tem sido a movimentação política ou, no momento, as especulações sobre uma possível candidatura do atual procurador-geral de Justiça, Alfredo Gaspar de Mendonça, ex-secretário de segurança do governo Renan Filho. Para o prefeito isso só será possível ser feito quando houver confirmação, com seu afastamento da gestão para encarar às urnas. Palmeira não quis acreditar que presença do MP, na última quarta-feira (22), durante uma dura fiscalização nos postos de saúde, sem fazer o mesmo no Hospital Geral do Estado, onde são corriqueiras as denúncias de superlotação, falta de energia e demora no atendimento a pacientes vítimas de fraturas, além ter sido alvo da Operação Florence, tenha qualquer conotação política. “Eu respeito muito o Dr. Alfredo Gaspar de Mendonça e todos membros do MP. Não quero que haja qualquer tipo de conotação política do MP, que quero acreditar que quando age é sempre de forma isenta. Sobre a candidatura do Alfredo a gente só pode tratar quando ele deixar o MP e se lançar candidato a prefeitura de Maceió. Aí sim passará a ser um ator desse processo. Até lá não dá para especular a respeito disso”, ponderou Rui. Ele garantiu que até o momento nunca falou sobre política com Gaspar. Ele lembrou que o último encontro que tiveram o tema foi o problema do bairro do Pinheiro. Até o momento a relação é “respeitosa” e se dá no campo institucional.

LESSA

Como na semana passada a Gazeta de Alagoas ouviu o ex-deputado federal, ex-governador, ex-prefeito, ex-deputado estadual e ex-vereador Ronaldo Lessa, e ele reconheceu a capacidade de gestão de Rui, ele foi provocado a falar sobre o que pensa de sua pré-candidatura no atual cenário. “Olha, acho que o Ronaldo (Lessa), sem dúvidas foi um dos grandes prefeitos que a cidade teve. Ao lado de Dilton Simões e Sandoval Cajú ele marcou época na cidade de Maceió. Ele é muito lembrado por isso, também pelo seu tempo de governador. Tem muita coisa acontecendo na cidade na área de esporte e cultura. Ele ajudou muito a cidade, mesmo quando estava no grupo do atual governador (Renan Filho) e acho que ele sentiu que não foi algo positivo ele ir para o lado de lá. Muita gente que vai para lá tem experiências que não são positivas, cito aqui: o ex-prefeito Cícero Almeida o ex-deputado federal Maurício Quintella”, citou Rui. Em sua avaliação “quem chega perto muitas vezes é usado” e percebe que não foi algo positivo. Mas, muitas vezes, é tarde porque “politicamente” acabam perdendo o tempo e a oportunidade não volta. Para ele “Ronaldo é uma das opções” e uma pessoa preparada com peso político. “Ele não é uma pessoa vazia como temos alguns pré-candidatos que só sabem fazer lives e selfies, e não sabem coisa nenhuma da cidade. Ele, pelo contrário, é alguém experimentado e que conhece as complexidades de Maceió”, definiu Rui Palmeira.

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