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Maceió,
Nº 5694
Política

DELEGADOS PREVEEM SOBRECARGA COM PARALISAÇÃO NA CIVIL

Agentes e escrivães decidiram pela realização de operação padrão para pressionar por reajuste; delegados apoiam os colegas

Por regina carvalho | Edição do dia 19/02/2020

Matéria atualizada em 19/02/2020 às 06h00

Robervaldo Davino, da Adepol, defende a mobilização dos colegas agentes e escrivães
Robervaldo Davino, da Adepol, defende a mobilização dos colegas agentes e escrivães | ARQUIVO GA

As paralisações já iniciadas pelos policiais civis começam a refletir no atendimento nas delegacias de Alagoas. Sem avanço nas negociações com o governador Renan Filho (MDB), a categoria decidiu pela operação padrão na última segunda-feira (17), medida que não deve afetar os dias de carnaval. Na operação padrão – segundo o Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas (Sindpol/AL) –, os policiais civis somente realizarão as oitivas sob a condução dos delegados, bem como todos os procedimentos como flagrantes, interrogatórios e local de crime. Já o flagrante delito deverá ser feito um por vez. O presidente da Associação dos Delegados de Polícia de Alagoas (Adepol), Robervaldo Davino, afirmou que os delegados continuam trabalhando normalmente, mas que a paralisação dos policiais civis vai afetar os trabalhos nas delegacias. “Afetar, afeta, mas a gente continua trabalhando. Os delegados continuam trabalhando. Prejudica e deve sobrecarregar um pouco o nosso trabalho”, afirma o delegado Robervaldo Davino. Ele diz que concorda em parte com a paralisação dos policiais, porque “eles estão reivindicando um direito que é justo e reivindicar é um direito dos trabalhadores”, resume o delegado, que atua no 6º Distrito Policial (DP). Ontem, segundo dia de paralisação, os policiais civis participaram de ato público em frente à Central de Flagrantes, no Farol, em Maceió. Nesta quarta-feira (19), os policiais civis irão doar sangue nos hemocentros, ato que faz parte da mobilização nacional da Confederação Brasileira dos Trabalhadores Policiais (Cobrapol) em todo o Brasil pela aprovação das emendas que tratam da reforma da Previdência, que mira o tratamento isonômico aos militares. Os policiais começaram a cruzar os braços ontem e seguem até as 8h de sexta-feira (21). Durante o carnaval, será deflagrada a “Operação Renan Filho #Devagar”, uma operação padrão na qual os policiais vão desempenhar apenas os serviços essenciais, mas não vão paralisar as atividades. Na mobilização, o presidente do Sindpol, Ricardo Nazário, ressaltou que o secretário de Planejamento e Gestão disse que o governador não autorizou a negociação com o sindicato, na última reunião. “Não temos negociação com o governo do Estado. Vamos para o enfrentamento”, alerta o sindicalista. A paralisação dos agentes e escrivães, iniciada ontem (17), terá continuidade nesta quarta, quinta e sexta-feira. A entidade afirma que os agentes e escrivães lutam por valorização, já que atualmente a categoria recebe o pior piso salarial com nível superior de Alagoas e é o 4º pior piso salarial do Brasil, acumulando perdas de mais de 20%.

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