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Nº 5692
Política

PF EM AL VAI PRIORIZAR CRIMES ELEITORAIS E DESVIOS DE RECURSOS

Novo superintendente da instituição, delegado João Filho também confirma apuração de fraudes em órgãos do governo do Estado

Por thiago gomes | Edição do dia 20/02/2020

Matéria atualizada em 20/02/2020 às 06h39

Delegado federal João Vianey Filho antecipa linha de trabalho na PF de AL em entrevista
Delegado federal João Vianey Filho antecipa linha de trabalho na PF de AL em entrevista | Clariza Santos

A Polícia Federal (PF) em Alagoas vai direcionar uma atenção maior, agora em 2020, para as investigações de âmbito eleitoral, mas sem deixar de lado as investigações em curso, sobretudo as que apuram desvios de recursos e fraudes em órgãos do governo do Estado. É o que adiantou o novo superintendente da instituição, delegado federal João Vianey Xavier Filho, que tomou posse na semana passada.

Em entrevista à Rádio 98 FM Gazeta, na manhã de ontem, ele explicou que, devido ao processo eleitoral deste ano será imprescindível um foco em possíveis práticas de crimes que são cometidos neste período. Apesar deste eixo de trabalho, a Polícia Federal sequenciará os trabalhos em andamento, principalmente aquelas que resultaram em operações recentes para combate de desvios de recursos públicos. Os policiais federais continuam, segundo o delegado João Vianey, atuando no aprofundamento das fraudes e desvios de recursos, além dos crimes ambientais, que têm muitos registros no Estado. “Continuamos normalmente a investigação de todas as operações. Temos órgãos de controle e fiscalização das gestões públicas, a exemplo da Controladoria Geral da União, Controladoria Geral do Estado, Tribunal de Contas e Ministérios Públicos que fiscalizam todos os passos dos gestores e servidores públicos. Quando se detecta prática de crimes na esfera penal, a Polícia Federal está sempre pronta para atuar”, confirma o superintendente. Ele informou que manterá a parceria, para atuação em conjunto, com os demais órgãos que compõem das forças de segurança pública de Alagoas para eventuais ações que combatam, entre outras práticas, desvios de recursos públicos e crimes ambientais.

INVESTIGAÇÕES

No fim do ano passado, equipes da Polícia Federal prenderam servidores e gestores do Hospital Geral do Estado (HGE) durante a Operação Florence - Dama da Lâmpada. Entre os presos estavam Lívia Barbosa, filha do vice-governador Luciano Barbosa (DEM), e o marido dela. Foram cumpridos cumpridos 32 mandados de busca e apreensão, nove de prisão preventiva e sete de prisão temporária em Maceió e no município de Arapiraca, no Agreste alagoano. Os policiais estiveram no Hospital Geral do Estado e na Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), recolhendo documentos e computadores em malotes. Neste caso, a investigação iniciada em maio apontou que valores desviados beneficiaram uma entidade sem fins lucrativos. Pesquisas realizadas pela CGU demonstraram que os valores repassados a esta entidade investigada correspondem a mais de 1/3 do montante de recursos do Sistema Único de Saúde (SUS), aplicados no estado de Alagoas, no exercício financeiro de 2018, em procedimentos de OPME. Em setembro de 2019, a Polícia Federal deflagrou a Operação Casmurros, em conjunto com a Controladoria Geral da União (CGU) em Alagoas e Ministério Público Federal (MPF), com o objetivo de apurar desvios de recursos públicos do Programa Nacional de Apoio ao Transporte do Escolar (PNATE) e do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação Básica (Fundeb), na Secretaria Estadual de Educação (Seduc). De acordo com as investigações, iniciadas em abril de 2019, após fiscalização da Controladoria Geral da União, a organização criminosa, mediante fraudes licitatórias, firmou contratos com a secretaria do governo para execução do serviço de transporte escolar da rede pública estadual de ensino. O superintendente iniciou a carreira na Polícia Federal em 2012, quando assumiu a direção da instituição em Ilhéus, na Bahia. Passou pela Superintendência da Polícia Federal em Sergipe e ficou durante 10 anos em Brasília (DF), onde atuou na Coordenação do Serviço de Inteligência da corporação.

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