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Política

“PRESERVAR VIDAS AINDA É O MAIOR CAPITAL NO MOMENTO”

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Por Marcos Rodrigues | Edição do dia 04/04/2020

Matéria atualizada em 04/04/2020 às 06h00

Tudo isso, entretanto, até o momento são medidas paliativas em detrimento do que está posto, que foi a necessidade da intervenção do Estado na economia, com o impedimento da circulação de pessoas. Mas para o economista e professor Rômulo Sales, a questão é muito maior. O detalhe é que a pandemia criou um efeito devastador nas relações de consumo, comércio, produção com impacto direto nas economias locais, nacionais e transnacionais. Algo comparado a grandes fenômenos e crises como a Gripe Espanhola (1918), a Grande Depressão com a quebra da Bolsa de Nova York (1930), a Segunda Guerra Mundial (1940), Crise do Petróleo (1970), o 11 de Setembro (2001) e a Recessão Mundial da década de 2000. A diferença, porém, é que a fórmula utilizada para a recuperação nestes “eventos”, como analisou o economista, não servem para a situação atual, por conta do impacto fulminante em todas as áreas do pensamento. “Todavia, o que parece ser um consenso entre as maiores economias do mundo é a mudança do perfil de política econômica que começará a ser adotada. Assim, tudo indica que o melhor remédio a ser adotado, no sentido de ser o menos pior, será a convergência para políticas de expansão fiscal e monetária de magnitudes e dimensões jamais vistas antes, reestatização de algumas empresas, revisão das políticas restritivas de rendas, no sentido de aumentar o poder de consumo da população, e sustentar a demanda agregada”. Mesmo com essa primeira impressão, ele lembra que a análise é ainda mais complexa e que no momento só teriam parâmetros com iniciativas testadas e aprovadas “durante o Plano Marshall implantado pelos EUA para recuperar a Europa após o fim da 2ª Guerra Mundial”. Depois da compreensão e análise histórica, ou que pelo menos situa historicamente a dimensão da atual crise, o economista reconhece o remédio amargo do isolamento social como um dos caminhos para conter o vírus.

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