Gazeta de Alagoas
Pesquise na Gazeta
Maceió,
Nº 0
Política

RENAN FILHO DEFENDE CONGELAR SALÁRIOS DE SERVIDORES ESTADUAIS

Governador endossa orientação do presidente Jair Bolsonaro como condição para o Palácio do Planalto liberar ajuda emergencial

Por Marcos Rodrigues | Edição do dia 22/05/2020

Matéria atualizada em 22/05/2020 às 06h10

Com decisão de Renan Filho, servidores caminham para mais 1 ano sem reajuste salarial
Com decisão de Renan Filho, servidores caminham para mais 1 ano sem reajuste salarial | Divulgação

O arrocho salarial contra os servidores públicos de Alagoas, assim como os do restante do Brasil, vai continuar e com o apoio do governador Renan Filho (MDB). Inicialmente, a proposta, que nasceu na sala do ministro da Economia, Paulo Guedes, e foi aceita pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), havia sido rechaçada pelos senadores, que excluíram os servidores da segurança pública e saúde do congelamento de salários pelos próximos dois anos. Há categorias que têm percentual de perdas acumuladas na gestão Renan Filho de 26%. Mas o apoio ao veto que será dado por Bolsonaro, segundo Renan Filho, foi colocado como uma condição para que o governo federal libere o socorro financeiro aos estados e municípios. A revelação foi feita durante entrevista, no início da tarde de ontem, ao correspondente do portal UOL na Região Nordeste, Carlos Madeiro. “Foi uma reunião em que o presidente, sobretudo, gostaria de saber se teria apoio ou não dos governadores, caso vetasse o aumento para os servidores. Os governadores disseram a ele, por meio do governador do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSD) que, em caso de veto, os governadores apoiariam a decisão, porque o auxílio emergencial é muito importante”, justificou Renan Filho. Com isso, aqui em Alagoas, os servidores irão ficar, pelo quarto ano consecutivo, sem aumento salarial, aprofundando o drama salarial das categorias. A medida afetará diretamente a renda que já vinha, inclusive, com um acúmulo de perdas que haviam sido corroídas pela inflação. Ou seja, além das reposições que deixaram de ser dadas, os servidores, nesse mesmo período, não tiveram nenhum tipo de ganho real. Desde o mês de abril, os servidores também foram afetados pelo aumento da alíquota previdenciária, que saltou de 11% para 14%, depois da aprovação na Assembleia Legislativa Estadual (ALE). O pacote, que ficou conhecido como Lei Renan Filho, foi definido no texto da reforma da previdência estadual sem discussão com as categorias.

FAKE NEWS

Em outro trecho da entrevista, o governador, mesmo tendo sido indagado sobre as notícias falsas que envolveriam seu governo em desvios de dinheiro do Ministério da Saúde, confisco da cloroquina ou hidroxicloroquina, incluiu um outro assunto, alheio ao tema, em sua resposta. Ao destacar que o país vive uma “infodemia”, ele aproveitou para dar sua versão sobre o veículo de luxo com placa fria que utiliza para se deslocar pelo Estado. “O veículo que eu me desloco para minha atividade profissional é do Estado e tem uma placa especial por ser o carro do governador. E que de tempos em tempos, se houver necessidade, pode ser trocada para as pessoas não terem a possibilidade de seguirem o governador, porque há ameaças e uma série de coisas. Então fake news tem atrapalhado demais”, disse, antes do áudio sofrer uma falha. Entretanto, ele não explicou o porquê de o banco de dados da Agência Alagoas, que diariamente esclarece dúvidas sobre o que não é verdadeiro, deixou de fora o assunto. Não explicou, também, porque a assessoria do Detran, ao tentar justificar o fato, apresentou artigos do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) que não se adequam ao fato do veículo ter uma placa que não existe, ao invés de uma placa oficial, como as usadas em veículos à disposição do Ministério Público e do Tribunal de Justiça (TJ).

Mais matérias desta edição