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Maceió,
Nº 5693
Política

PREFEITOS TEMEM MAIS PREJUÍZOS COM EXCLUSÃO DE RETOMADA

Apesar do volume no número de casos de Covid-19, municípios queriam avançar para fase Laranja

Por Marcos Rodrigues | Edição do dia 04/07/2020

Matéria atualizada em 04/07/2020 às 06h00

Município do Pilar é um dos localizados na região metropolitana de Maceió cujo prefeito esperava deixar o isolamento
Município do Pilar é um dos localizados na região metropolitana de Maceió cujo prefeito esperava deixar o isolamento | Divulgação

O anúncio da abertura gradual dos segmentos comerciais não essenciais, incluídos na fase Laranja, apenas para a capital Maceió e em detrimento do fechamento quase total no interior preocupa os prefeitos alagoanos. A Associação dos Municípios Alagoanos (AMA) se manifestou sobre o tema em seu site, já que além da queda do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) a baixa arrecadação também tem efeito no tesouro municipal. “Os gestores municipais estão preocupados e sabem que sozinhos não têm como fiscalizar todo o comércio e a população. Os contingentes da guarda municipal são reduzidos e, na maioria das cidades, o efetivo civil e militar não passa de três componentes. A preocupação também é grande com as pessoas que moram no interior, principalmente na região metropolitana, e que trabalham em Maceió. Com as cidades ainda na fase vermelha, o deslocamento não será fácil, sem contar com as creches que continuarão fechadas. Se houver demissão dessas pessoas, a situação de pobreza nas cidades vai ficar ainda maior”, destaca o texto publicado no site da entidade. A AMA reconhece que a doença vive um momento de expansão para o interior, porém, acredita que poderia também se encaixar nas medidas sanitárias coletivas que serão adotadas na capital. Inclusive com o mesmo trabalho educativo para alcançar os cidadãos e tendo como referência o que já vai ser aplicado em Maceió. Isto porque em algumas cidades o setor comercial tem o mesmo nível de organização e necessidade de produzir, como os comerciantes maceioenses.

REGIÃO METROPOLITANA

O efeito da medida anunciada pelo governo tomou como base os números registrados em Maceió que indicam queda nas últimas três semanas epidemiológicas ao passo em que a oferta de leitos tem conseguido suprir atual demanda, em função de redução no número de contágio. Entretanto, por conta da proximidade com a capital, é comum que vários trabalhadores das cidades que compõem a região metropolitana se desloquem por necessidade profissional. Quem alerta para isso é o prefeito do Pilar, Renato Filho (PSC). “Não concordo com essa posição. Acredito que o governo deveria conversar com os prefeitos e expor os argumentos técnicos e sanitários. Explico: muita gente trabalha em Maceió, em comércios que serão reabertos. Como fica essa pessoa que necessita de transporte? Como fica esse trabalhador que precisa deixar o filho ou filha em uma creche?”, indagou Renato. Quanto à arrecadação do município, os números não foram fechados, mas claramente irão ter um declínio. Por isso, foi enfático em dizer que desde o primeiro até o momento “já nos preparamos para o pior”. Segundo o prefeito, a questão do fechamento de estabelecimento, ao longo dos últimos meses, em várias áreas da capital e também do interior já vinham sendo quebradas as regras por vários segmentos. “Minha impressão é que existe um falso isolamento, está tudo aberto já”, criticou o gestor municipal. Ele também lamentou o fato da decisão do governo não ter sido fruto de uma articulação com a AMA, já que a entidade poderia ajudar a nortear a situação de cada região, inclusive, com uma ação maciça de controle sanitário que pudesse ser padrão para todos os municípios.

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