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Maceió,
Nº 5693
Política

DUPLICAÇÃO E SANEAMENTO PRECISAM ESTAR EM SINTONIA

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Por arnaldo ferreira | Edição do dia 04/07/2020

Matéria atualizada em 04/07/2020 às 06h00

Rodovia AL 101 Norte passa por obras de duplicação para escoar o trânsito rumo a praias
Rodovia AL 101 Norte passa por obras de duplicação para escoar o trânsito rumo a praias | Marcio_Ferreira

Frustração foi o que aconteceu ao final de reunião realizada recentemente por empresários do trade turístico, do Convention & Visitors Bureau de turismo de negócios e prefeituras com a delegação do governo do Estado liderada pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo pelo fato de ter sido descartado pleito de duplicação total da AL-101 Norte, no trecho até o município de Maragogi. Os líderes da região cobram também o prometido saneamento básico. Sem a duplicação total, como contrapartidas, a Sedetur confirmou a construção de terceira faixa em pontos perigosos da rodovia. O governo assegurou melhorias no abastecimento de água e coleta de esgoto em Maragogi e nos municípios que compõem a Costa dos Corais. As obras serão executadas com recursos do empréstimo de R$ 724 milhões, aprovado pelo Senado. A duplicação dos 131 quilômetros da rodovia foi reduzida a 30 quilômetros, entre o município de Santo Antônio (carente de sistemas eficientes de água tratada e coleta e tratamento de esgoto) a Maceió. A Sedetur voltou a prometer a construção do aeroporto em Maragogi, como fez Renan Filho em duas campanhas eleitorais para o governo. Com o agravamento da pandemia do coronavírus, que avança para o interior do Estado, o prefeito de Maragogi, Fernando Sérgio Lira (PP), tem dúvida sobre a importância do aeroporto para a região neste momento. “O mais importante agora seria a duplicação total da AL-101 Norte e obras de saneamento nos municípios da região”. Resignado, o prefeito de Maragogi disse que “se fizeram o saneamento, concluírem a duplicação de Maceió até a Barra [de Santo Antônio] e construírem a terceira faixa em Matriz do Camaragibe, São Luiz do Quitunde, Porto Calvo e Japaratinga vai melhorar o trânsito, reduzir em mais de 50% o tempo de viagem e minimizar os problemas de falta d’água e de esgoto que se agravam no verão, tudo bem. O que fazer?”. O programa Estrutura Alagoas, na verdade, não contempla o antigo pleito dos prefeitos e empresários do Litoral Norte: duplicação dos 131 quilômetros de Maceió a Maragogi, o segundo polo de atração turística nacional e internacional do estado justificam os assessores do governo.

As críticas de quem defende mais investimentos em saneamento básico nos 102 municípios parecem não incomodar o governador Renan Filho (MDB), que demonstra ter pressa para gastar o dinheiro do empréstimo internacional de R$ 724,5 milhões, priorizando projeto de infraestrutura, com construção e duplicação de estradas. Pelas redes sociais, o governador avisa que pretende começar as obras viárias e de mobilidade em outubro.

Entre as obras listadas está a duplicação parcial da AL-101 Norte entre Maceió e Barra e Santo Antônio, cujo primeiro trecho começou em 2016 até o bairro de Jacarecica e foi concluído sem três passarelas previstas. O segundo trecho - até Garça Torta - deveria estar pronto desde março. A previsão agora é para o final do ano. O projeto até a Barra ninguém arrisca data de conclusão. Além da AL-110, no trecho Arapiraca-São Sebastião, e AL-115, Arapiraca a Palmeira dos Índios. “Obras significantes que impulsionarão o desenvolvimento de Alagoas e trarão mais segurança nas estradas”, diz o governador nas redes sociais. Essas obras foram relacionadas no contrato de empréstimo com a Corporação Andina de Fomento (CAF), aprovado no Senado. Na Associação dos Municípios Alagoanos (AMA), a reclamação de falta de água tratada é recorrente entre a maioria dos 77 municípios que dependem da Companhia de Abastecimento de Água e Saneamento (Casal). Mas, em período eleitoral, os gestores municipais evitam se indispor com o Executivo estadual.

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