A pandemia de Covid-19 fez aumentar a procura por medicamentos para o combate de síndromes gripais e até mesmo de outros, como a azitromicina, que em laboratório acabou sendo eficaz no combate ao coronavírus. Conforme denúncias feitas nas redes sociais e algumas até mesmo recebidas pelo Procon, há casos da cobrança de preços abusivos inclusive em farmácias de manipulação. Entretanto, até o momento, nenhuma foi feita ou apurada pela Assembleia Legislativa Estadual (ALE).

A Casa - que está em recesso - criou, por precaução, uma comissão específica para atuar em questões ligadas à pandemia, mas até o momento não registrou nenhuma demanda neste sentido. Fazem parte da comissão a deputada Jó Pereira (MDB) – presidente, os deputados Davi Maia (DEM) – primeiro secretário, Sílvio Camelo (PV) – segundo secretário, Cabo Bebeto (PSL), Bruno Toledo (Pros), Léo Loureiro (PP) e Francisco Tenório (PMN), além das deputadas Ângela Garrote (PP), Cibele Moura (PSDB) e Flávia Cavalcante (PRTB). Numa simples busca na internet há registros de aumento de preços praticados na capital e até mesmo no interior do Estado. Sem poder fazer fiscalização presencial, o Procon, por exemplo, tem registrado uma demanda grande de registros em sua plataforma on-line.

Ainda assim, conforme apurou a Gazeta, os parlamentares só irão atuar nesta questão se forem diretamente provocados na ALE. Por conta da prioridade das questões que envolvem a Covid-19, no período de recesso parlamentar haverá um plantão permanente.

Procurado para falar sobre o assunto, o deputado Davi Maia, por meio de sua assessoria, informou que tem estado atento à situação, mas que nenhuma apuração foi iniciada. “Até agora, não recebemos denúncias nesse sentido. Estamos no aguardo para que a comissão possa apurar e se debruçar sobre o tema. Para que a gente consiga fechar essa questão; especialmente preços de remédios, o que já aconteceu em outros locais do Brasil. Várias e várias denúncias que acarretaram em operações da Polícia Federal”, destacou o parlamentar. Crítico do governo Renan Filho (MDB), ele tem sido voz presente no parlamento cobrando transparência e, principalmente, que os números envolvendo os recursos destinados à saúde e o combate da Covid-19 sejam detalhados, a fim de que sejam comparados com os serviços que estão sendo prestados. “Ao mesmo tempo, também estamos cobrando do Ministério Público do Estado um posicionamento sobre as várias denúncias feitas e que até agora não tiveram nenhum procedimento no âmbito do MP ou da Procuradoria Geral de Justiça”, completa a nota encaminhada a reportagem.