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Política

CRIVELLA É DECLARADO INELEGÍVEL POR OITO ANOS

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Por CATIA SEABRA - FOLHAPRESS | Edição do dia 25/09/2020

Matéria atualizada em 25/09/2020 às 06h00

Rio de Janeiro, RJ - Por unanimidade, o TRE-RJ (Tribunal Regional Eleitoral do Rio) tornou o prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) inelegível até 2026 por suposto abuso de poder na convocação de funcionários da Comlurb (Companhia Municipal de Limpeza Urbana) para participação de ato político na campanha de 2018. Apesar da decisão desta quinta-feira (24), Crivella poderá concorrer à reeleição até que sejam esgotados recursos cabíveis ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral). O prefeito tem caminhos para tentar reverter a decisão, primeiramente, no próprio TRE, ou pode recorrer diretamente ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Paralelamente, um adversário do atual prefeito poderá contestar o registro da candidatura. Como Crivella tinha apresentado pedido de registro da chapa antes de condenado pelo TRE, uma ação de impugnação daria início a um julgamento na primeira instância, na 23ª Zona Eleitoral do Rio. A partir da publicação do edital de registro da candidatura de Crivella, um candidato, uma coligação ou partido teriam prazo de cinco dias para questioná-la judicialmente. O prefeito teria, então, sete dias para apresentar documentos e indicar testemunhas de defesa. As testemunhas teriam de ser ouvidas nos quatro dias seguintes à contestação feita pela defesa. Encerrado esse prazo, o juiz teria mais cinco dias para requisição de provas. Depois disso, as partes teriam mais cinco dias para alegações.

PRAZOS

Pela legislação, o juiz eleitoral tem três dias para decidir após a conclusão dos autos. Só na primeira instância, o processo consumiria mais de um mês. A partir daí, é aberto prazo de três dias para o recurso a TRE e, posteriormente, ao TSE. Por isso, aliados do prefeito acreditam que seu nome estará nas urnas. O julgamento de Crivella foi iniciado na segunda-feira (21). Dos sete integrantes do tribunal, seis votaram pela condenação de Crivella. A sessão foi interrompida a pedido de Vitor Marcelo Rodrigues. Professor de direito, ele ocupa a cadeira reservada aos advogados no TRE. Vitor Marcelo foi indicado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) a partir de uma lista tríplice elaborada pelo Tribunal de Justiça do Rio. Segundo a revista Crusoé, ele foi professor do senador Flávio Bolsonaro, primogênito do presidente que integra o partido de Crivella. A iniciativa de Vitor Marcelo adiou a decisão, mesmo depois de obtida maioria pela condenação de Crivella por abuso de poder e conduta vedada, que consiste na cessão ou uso de bens da administração pública em benefício de uma candidatura. Nesta quinta-feira, Vitor Marcelo acompanhou o relatório do desembargador Cláudio Dell’ Orto de que “não se pode fechar os olhos” para o envolvimento do prefeito na convocação de servidores públicos para ato que culminou com o pedido de votos para seu filho e então candidato a deputado federal, Marcelo Hodge Crivella, e do então candidato a deputado estadual, também pelo PRB, Alessandro Costa. Crivella ficará inelegível até 2026, já que a sanção é de oito anos a partir do evento de campanha, além da aplicação de multa no valor de R$ 106 mil.

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