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descaso no sertão

SEAGRI NÃO SABE QUANDO PROJETO DE IRRIGAÇÃO SAIRÁ DO PAPEL

Indefinição paira sobre técnicos e gestores da secretaria, que não veem uma solução a curto prazo

Por arnaldo ferreira | Edição do dia 16/11/2019

Matéria atualizada em 16/11/2019 às 06h00

Delmiro Gouveia - Os três anos de cobrança das 200 pessoas da agricultura familiar pela liberação dos R$ 5 milhões do Fundo de Combate a Pobreza, para a implantação do projeto de irrigação ribeirinho ao canal em oito municípios do sertão, forçaram o governador Renan Filho a sinalizar para o secretário interino da Agricultura, Sílvio Bulhões, a agilizar a execução do projeto que ainda permanece engavetado. Porém, não há definição de quando os recursos serão liberados ou quando os projetos serão executados. Ninguém da Secretaria de Agricultura sabe precisar quando o projeto de irrigação sairá do papel. O superintendente da Seagri, Reinaldo Falcão, confirmou que o titular da pasta da agricultura de Alagoas recebeu “sinal verde” para executar o projeto. Ao ser questionado a respeito da implantação prática da irrigação, como cobram os agricultores familiares do Canal do Sertão, Falcão disse ter “esperança” que seja breve. Afirmou que “a necessidade é urgente e a demanda também”. Entretanto, não garantiu nada. “Garantir a execução prática do projeto não posso porque depende da liberação dos recursos previstos. Só posso dizer que o projeto está acontecendo quando ele [o projeto] estiver pronto, com as equipes em campo e a licitação para aquisição de equipamentos estiver feita. Uma coisa é certa: os recursos estão garantidos, já foi aprovado no Fecoep. São R$ 5 milhões e com esta finalidade (irrigação em oito municípios do alto sertão) . Daí, tem a segunda etapa. Resolver a questão de orçamento e liberação dos recursos. Em seguida, a Secretaria de Agricultura terá condições de agilizar a parte legal: licitação, compra dos equipamentos e composição das equipes”, disse o superintendente da Seagri.

MAIS DÚVIDAS

O projeto pioneiro de Agricultura Irrigada com pessoas da agricultura familiar começou a ser discutido em 2015. Um ano depois, com 200 famílias de quatro município do sertão, confirmou o superintendente da Secretaria de Agricultura, Reinaldo Falcão, que na época atuava como consultor da pasta e acompanhou os primeiros passos do projeto. “O projeto está pronto, é individualizado e o governo do estado assumiu o compromisso para a implantação”. Depois de procurar fontes de financiamento, chegou-se a conclusão que o governo investiria R$ 5 milhões do Fecoep. “A iniciativa foi acertada porque o projeto utilizará o fundo que é para o combate a pobreza. No entanto, o superintendente confirmou que a aplicação dos recursos ainda não ocorreu. “Existem algumas discussões em torno do assunto, questões orçamentárias e de execução. Nos últimos dois meses o nosso secretário de Agricultura (interino, Sílvio Bulhões) tem buscado soluções. Recentemente, o governador sinalizou para priorizar a execução do projeto de irrigação com as pessoas da agricultura do Canal do Sertão”, revelou o superintendente.

HISTÓRICO

Desde que o Canal do Sertão começou a ser construído, em 1999, os agricultores do alto sertão se organizaram e criaram a Cooperativa de Pequenos Produtores Agrícolas dos Bancos Comunitários (Coppabacs). A entidade realiza, mensalmente, reunião com representantes das entidades civis, dos agentes financeiros, do governo do estado, dos municípios, do governo federal e ONG´s, onde discute métodos de produção agrícola, preservação do meio ambiente, implantação de novas metodologias, geração de empregos e melhorias na qualidade de vida, em especial das pessoas da agricultura familiar. No início havia um programa federal que incentivava a regionalização da produção rural para identificar biomas e problemas. Havia apoio concreto da Sudene. Com o fim do apoio federal, as entidades envolvidas mantiveram as reuniões que deram origem ao Modelo de Irrigação e Aprendizagem (Mipas).

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