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Política

CPI CONVOCA QUEIROGA E EX-MINISTROS DA SAÚDE

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Por JULIA CHAIB e RENATO MACHADO - FOLHAPRESS | Edição do dia 30/04/2021

Matéria atualizada em 30/04/2021 às 04h00

Senadores também convocaram o diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres
Senadores também convocaram o diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres | Jefferson Rudy

Brasília, DF - Em sessão marcada por discussões e tentativas de governistas de retardarem os trabalhos da comissão, os senadores que integram a CPI da Covid aprovaram na manhã desta quinta-feira (29) requerimentos para convocar ex-ministros da Saúde do governo Bolsonaro, incluindo o general Eduardo Pazuello. Esses foram os primeiros requerimentos aprovados pela comissão e vão definir a pauta de depoimentos da próxima semana. Os requerimentos aprovados convocam também os ex-ministros Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, que deixaram o cargo após desentendimentos com o presidente Jair Bolsonaro. Além desses, também foram convocados o atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, além do diretor-presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Antonio Barra Torres. Todos esses comparecerão ao Senado na condição de testemunhas. Os senadores acordaram que os depoimentos vão começar na próxima terça-feira (4), com Mandetta e Teich. No dia seguinte, será ouvido Pazuello. Já a sessão de quinta-feira será destinada para a participação de Queiroga (Saúde) e Barra Torres (Anvisa). Inicialmente, também estava prevista a convocação do ex-secretário especial de Comunicação da Presidência Fabio Wanjngarten. No entanto, após resistência dos senadores governistas, houve acordo para que apenas os requerimentos referentes aos depoimentos da próxima semana fossem aprovados. O requerimento de convocação de Wajngarten deve ser votado na próxima semana, para que ele participe de audiência da CPI provavelmente na terça-feira (11). O presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), afirmou após a reunião que é “imprescindível” ouvir o ex-secretário de Comunicação, principalmente após fala recente na qual atribui responsabilidade pelo atraso da compra da vacina da Pfizer ao Ministério da Saúde. “Nós queremos saber por que a gente não comprou as 70 milhões de vacinas [da Pfizer]. Esse é o objetivo”, afirmou o presidente da CPI. “Estamos atrás de soluções, mas também saber por que não entramos nos consórcios, por que não participamos da compra de outras vacinas”, completou.

PLANO DE TRABALHO

Os senadores, no entanto, ainda não aprovaram o plano de trabalho da CPI, que era o propósito inicial da reunião desta quinta-feira. Após a reunião, o vice-presidente da comissão, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), minimizou a não votação do plano de trabalho. “Não temos o plano de trabalho aprovado, mas temos um plano de trabalho em curso, com a aprovação dos requerimentos [de convocação].”, afirmou o senador. “Esse roteiro que hoje iniciamos está contemplado nas preocupações do relator. Não há prejuízo [pela não aprovação do plano].” Instalada na terça (27), a CPI já recebeu uma enxurrada de pedidos de senadores. Os requerimentos, que passam de 200, abrem caminho para uma devassa na condução do governo Bolsonaro no enfrentamento da pandemia. Além de convocações, os requerimentos também solicitam informações sobre o fornecimento de respiradores, EPIs (equipamentos de proteção individual), “kit intubação”, abertura de leitos, fornecimento de oxigênio, aquisição de vacinas, seringas e distribuição de cloroquina para o chamado tratamento precoce. A sessão desta quinta-feira, a primeira de trabalho da comissão após a sua instalação, foi marcada por algumas tentativas de obstrução dos senadores governistas, que são minoria na CPI. Senadores apresentaram questões de ordem que foram vistas como meramente protelatórias, como para determinar o regime presencial de trabalhos na comissão. Ao negar o pedido, Omar Aziz abriu a possibilidade que algumas das oitivas sejam feitas em sessões semipresenciais.

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