Dezenas de entidades fizeram um ato simbólico contra a fome, na manhã desta terça-feira (13), em frente ao Palácio República dos Palmares, no centro de Maceió, e aproveitaram para cobrar, do Governador do Estado, Renan Filho, a criação de um plano emergencial para se utilizar os recursos do Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (Fecoep) na ajuda a 500 mil pessoas que vivem na linha da pobreza em Alagoas (dados do IBGE). Foi protocolado um manifesto, direcionado ao governador, com este pedido. No documento, é solicitada a convocação de reunião ordinária do Conselho Integrado de Políticas de Inclusão Social (CIPIS) com o propósito de deliberar acerca da proposta do plano. A ideia do grupo é mitigar os impactos da pandemia de Covid-19 entre a população da extrema pobreza no Estado.
Em 19 de agosto de 2020, há quase um ano, o colegiado se reuniu e estabeleceu um grupo de trabalho com a finalidade de elaborar uma proposta de plano emergencial para enfrentamento dos efeitos da pandemia, mas a meta não saiu do papel até o momento.
Em março deste ano, a o CIPIS teve outro encontro ordinário e, na ocasião, o reitor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), professor Josealdo Tonholo, apresentou a minuta de um projeto que contemplaria esta necessidade. Foi estipulado prazo de 20 dias para que as discussões fossem retomadas, o que não aconteceu.
“Enquanto isso, milhares de famílias estão passando necessidade, mesmo o Estado tendo caixa para ajudar, como é o caso do Fecoep. O recurso deste fundo é para ser usado justamente para beneficiar as pessoas que vivem na linha da pobreza, mas o que estamos percebendo é a falta de um plano emergencial durante a pandemia”, destacou o advogado do Centro de Defesa dos Direitos Humanos Zumbi dos Palmares, Arthur Lira.
Segundo as entidades, dados da pesquisa da Impactos Primários e Secundários da Covid-19 em Crianças e Adolescentes da UNICEF atestam que 63% das famílias com filhos viram sua renda diminuir. A redução também está mais presente nas camadas mais pobres: 67% daqueles com renda familiar de até um salário mínimo tiveram redução de rendimentos, contra 36% daqueles com renda familiar de mais de 10 salários.