Entre os acordos bilaterais assinados durante a visita ao Brasil do presidente da França, Emmanuel Macron, no mês passado, um dos compromissos para financiar projetos de desenvolvimento no País beneficiará Alagoas. Trata-se da construção de centros de estocagem de gás. O primeiro “armazém” de gás fruto da cooperação Brasil- França será no município do Pilar, distante 33 quilômetros de Maceió.
A informação, divulgada com exclusividade para a Gazeta de Alagoas, é da secretária de Estado da Fazenda, Renata dos Santos. “A nossa cadeia de gás está em franco desenvolvimento, agora será impulsionada e atrairá mais investimentos”.
A secretária destacou que os investimentos iniciais totalizam US$ 200 milhões (cerca de R$ 1 bilhão). Ela não soube precisar quantos empregos serão gerados na construção do projeto e no “armazém” (definição da própria secretária) de gás porque as tratativas estão em andamento. “Além de estocar o aumento da produção de gás do Pilar e de São Miguel dos Campos, o centro de estocagem funcionará como um armazém para atender estados produtores como Sergipe, por exemplo”.
A extração de gás em Alagoas, segundo Renata Santos, representa geração de renda, de empregos, já que atende os nossos parques industrial, residencial e o “insumo” é um forte componente para o aumento do Produto Interno Bruto do Estado. Renata destacou que a exploração, agora com o Centro de Estocagem, também aumentará o incentivo de novas tecnologias no setor. “Toda a cadeia derivada do petróleo traz, implicitamente, mais empregos de novas tecnologias”.
Junto com o Centro de Estocagem, o governo estadual continuará trabalhando para atrair novos negócios como as termelétricas, ampliar o consumo interno e, por isso, o setor é considerado estratégico também para a segurança energética, por tranquilizar os setores produtivos do País e do Estado, disse a secretária.
“Esse primeiro projeto fruto dos acordos entre o Brasil e a França está sendo desenvolvido com muita calma, tranquilidade e cuidados técnicos da Agência Nacional de Petróleo, dos nossos técnicos da Sefaz e do Ministério da Fazenda”.
Renata adiantou também que nas discussões estão incluídos os técnicos do Instituto Estadual de Meio Ambiente, das agências nacionais e estadual de regulação, “porque estamos diante de um projeto que precisa ser desenvolvido com bastante cautela e trata de um investimento muito alto”
Ela destacou que a atração desse primeiro centro de estocagem de gás no Estado é mais um ponto positivo do trabalho do Governador Paulo Dantas (MDB).
Renata lembrou, porém, que tudo começou com a desestatização do setor, a redução de preços do insumo, que é o segundo mais barato do País, e em seguida a adoção da lei do gás, considerada como a segunda mais moderna do Brasil.
Em setembro de 2022, Assembleia Legislativa aprovou o novo marco do gás. A nova legislação permite que outras empresas – além da Algás – passem a comercializar o produto, e a rede da própria Algás pode ser usada por outras companhias.