Desarmados os palanques eleitorais e com os resultados definidos, é hora de “arrumar” as bases. E isso inclui manter boa relação com os prefeitos eleitos e, também, encaixar os que concluíram seus mandatos. É o que pensa o Governador Paulo Dantas (MDB), que articula mudanças em seu secretariado sem descartar a nomeações de ex-gestores.
Durante assinatura da ordem de serviço para o início das obras do Arco Metropolitano, na manhã da quinta-feira (17), ele falou do assunto em entrevista coletiva. Em sua avaliação, poder contar com a experiência de ex-prefeitos é algo que soma ao governo.
“Nós vamos, sim, fazer uma reforma administrativa. E podem ser ex-prefeitos para ocuparem cargos do primeiro escalão ou qualquer pessoa que tenha qualificação técnica para nos ajudar a administrar, construindo bons projetos”, disse Dantas.
O contexto de sua fala tem como referência a construção e o alinhamento político com todos os 65 prefeitos eleitos pelo MDB e PP, em alguns casos, que se somam à base governista no interior.
Essa maioria foi construída e vem sendo ampliada desde a gestão do ex-governador Renan Filho, atual Ministro dos Transportes, que, mesmo engajado na pauta nacional, não descola das articulações no Estado. Tanto que considera que a eleição para a Associação dos Municípios está definida por causa da força política e partidária do grupo.
Quanto à construção de espaços dentro do governo, há prefeitos que têm mais proximidade com o governo. Isso porque vêm de cidades com o perfil político e econômico que interessam ao Estado. É o caso do prefeito Cláudio Filho (MDB), o Cacau, de Marechal Deodoro.
Gestor da cidade que tem várias frentes econômicas como o turismo, a indústria e ainda conta com royalties, Cacau deixa o município com um caminho a ser seguido pelo seu sucessor, o prefeito eleito André Bocão (MDB). Além de ter criado as condições para a geração de empregos no setor varejista, também incentivou a expansão imobiliária.
Cacau, além de muito próximo ao Governador Paulo Dantas, é irmão do deputado estadual Alexandre Ayres (MDB), ex-secretário estadual de Saúde, cargo que lhe rendeu a maior votação para a Casa de Tavares Bastos.
Outro que pode figurar como um quadro do primeiro escalão é o prefeito Renato Filho (MDB). Ousado, chegou até mesmo a apresentar seu nome pelo partido para suceder Renan Filho, mas, em nome da aliança e união do grupo, recuou e se voltou para continuar sua boa gestão no Pilar.
Ele destacou-se na saúde zerando a filha de espera de atendimentos e até mesmo incluindo pacientes de outras cidades. Segue a conclusão do mandato com a construção de um hospital que vai se tornar referência para a cidade e a região. Na área de turismo, articulou para o Pilar, além da lagoa, oferecer aos visitantes passeios turísticos de ordem religiosa.
Não bastasse isso, segue no comando político da cidade, já que também fez sua sucessora, Fátima Rezende (MDB). Habilidoso, consegue ter interlocução com todas as forças políticas do Estado, inclusive com o Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP).
Politicamente, Renato Filho também tem força em nível estadual por meio do mandado de sua mãe, a médica e deputada Fátima Canuto (MDB). Totalmente alinhada com a base do governo, ela faz um mandato voltado para as pautas de gênero e de saúde. Junto com o filho, conseguiu derrotar todas as forças políticas tradicionais da cidade e criar seu próprio espaço, tanto que deve partir para mais uma reeleição.
Outro nome que também deve conquistar espaço no governo é o atual presidente da AMA, prefeito de Cacimbinhas Hugo Wanderley. Depois de dois mandados, ele fortaleceu o MDB em sua região e ajudou na eleição do pai, o médico cardiologista José Wanderley.
Com perfis tão variados e ao mesmo tempo dinâmicos, caso opte por indicações para o primeiro escalão, Dantas estará não somente unindo, mas ampliando as ações da própria gestão.