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Nº 5851
"Zerar o jogo"

BOLSONARO PEDE ANISTIA A MORAES E LULA AOS PRESOS PELOS ATOS DE 8/1

Ex-Presidente afirmou que apenas o perdão aos golpistas pode trazer paz ao País e comparou o momento com Lei da Anistia

Por Metrópoles | Edição do dia 29/11/2024

Matéria atualizada em 29/11/2024 às 21h23

Indiciado pela Polícia Federal por abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fez um apelo, na quinta-feira (28/11), ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes por anistia aos presos pelo 8 de Janeiro. Em troca, disse Bolsonaro, haverá a “pacificação” do Brasil.

Bolsonaro sugeriu a Lula e a Moraes para “zerar o jogo daqui para frente”. Ele reafirmou, em entrevista à revista Oeste, que apenas o perdão aos golpistas de 8 de janeiro pode trazer paz ao país, comparando o momento com a Lei da Anistia de 1979, no fim da ditadura militar. E pôs a maior responsabilidade pela pacificação nas mãos do ministro do Supremo.

“Para nós pacificarmos o Brasil, alguém tem que ceder. Quem tem que ceder? O senhor Alexandre de Moraes. Em 1979, foi anistiada gente que matou, que soltou bomba, que sequestrou, que roubou, que sequestrou avião. Vamos pacificar, zera o jogo daqui para frente. Agora, se tivesse uma palavra do Lula ou do Alexandre de Moraes no tocante à anistia, estava tudo resolvido. Não querem pacificar? Pacifica!”, ressaltou o ex-presidente.

“PEÇA DE FICÇÃO”

O ex-presidente voltou a atacar o relatório da PF sobre o inquérito que investiga uma tentativa de golpe de Estado em 2022. Ele está entre os indiciados por envolvimento na idealização do plano golpista, ao lado dos ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno e outras 35 pessoas.

“Ninguém vai dar golpe com um general da reserva, quatro oficiais e um agente da polícia federal”, reagiu. Bolsonaro chamou o relatório de “peça de ficção”.

O ex-presidente contou que, após Moraes multar o Partido Liberal em R$ 22 milhões por questionar as urnas eletrônicas, teve uma conversa com os comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressaltando que “não foi uma discussão acalorada”. Ele também mencionou que, após a multa, procurou uma alternativa além de recorrer.

“Vamos buscar outra maneira. O que sobrou para a gente? Sobraram as quatro linhas [da Constituição]. Eu sempre joguei dentro das quatro linhas. O que tem aqui dentro para gente ver o que a gente pode buscar aí mostrar os erros do sistema eleitoral. Rapidamente viu que não tinha sucesso. Não tinha, esquece, abandona”, destacou.

“QUEREM É EXECUTAR”

Bolsonaro também avaliou positivamente a postura do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), em relação ao indiciamento do deputado federal Marcel Van Hattem (Novo-RS), destacando a necessidade de fortalecer a Câmara. Ele também afirmou que a imunidade parlamentar garante a isenção de sanções a qualquer opinião ou voto de um deputado ou senador.

O ex-presidente comparou sua situação à dos perseguidos políticos da Venezuela, Nicarágua e Bolívia. “Querem arrumar uma maneira de me tirar de combate. Alguns acham até que não é nem tornar inelegível por mais tempo ou uma condenação. Querem é executar. Vou acabar sendo um problema para eles [se eu for] trancafiado”, concluiu.

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