As estimativas no setor sucroenergético de Alagoas continuam otimistas. De acordo com novo levantamento do Sindaçúcar-AL, a safra de cana-de-açúcar 19/20 deve a estimativa inicial de processar 18 milhões de toneladas de cana e chegar a uma produção de 19 milhões de toneladas ou até mais.
O crescimento em relação a safra anterior, quando foram processadas 16,5 milhões toneladas de cana, será de cerca de 15% e mais de 40% se comparada a safra 17/18, cuja produção foi de apenas 13,7 milhões – considerada a “pior da história” do setor.
Neste cenário, vale destacar que a maior safra registrada em Alagoas ocorreu no ciclo 07/08, quando foram processadas 29,8 milhões de toneladas de cana.
Antes da crise, a produção média de cana-de-açúcar em Alagoas era de 25 milhões de toneladas por safra. O setor vive uma fase de recuperação. A estimativa, na situação atual, é de uma retomada lenta dos patamares históricos
De acordo com o presidente do Sindaçúcar-AL, Pedro Robério Nogueira, “o aumento da produção de cana se dá pela regularidade climática e início da renovação dos canaviais. Pouco aumento de área e aumento mais expressivo da produtividade”.
Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontam um aumento na produtividade por hectare (ha) de 10,5% entre os dois ciclos da cana em Alagoas, passando de 55.258 kg/ha para 61.038 kg/ha.
CAIXA
Em termos financeiros, diante de um cenário otimista de retomada do crescimento, a receita setorial estimada para a safra atual em Alagoas é de R$ 3,2 bilhões, em crescimento 20% sobre o ciclo 18/19 e 91% sobre a safra 17/18.
Com isso, segundo Nogueira, “o fluxo de caixa das empresas permitiu, nesse último ano, destinar recursos para renovação pela redução da carga do ICMS, conforme necessitávamos pela ausência do financiamento bancário” afirmou.
O aumento da safra também traz resultados positivos na geração de empregos pelo setor em Alagoas. “Estamos operando nesta sagra com 80 mil empregos formais contra 51 mil empregos na safra 17/18”, aponta o presidente do Sindaçúcar-AL ao comparar o ciclo atual com a safra que foi considerada uma das piores da história.
PRODUÇÃO
O Departamento Técnico do Sindaçúcar-AL informou, por meio do décimo boletim semanal, com posição acumulada até o último dia 03 de novembro, que foram produzidas 393.152 toneladas de açúcar.
Deste total, de acordo com o levantamento, foram processadas 265.325 toneladas do açúcar do tipo VHP e 127.827 do cristal.
Em comparação ao mesmo período da safra passada, quando o acumulado era de 370.580 toneladas, houve um incremento na produção de quase 22.571.
O boletim informa que foram produzidas 328 toneladas de mel rico. Os números são referentes a produção de 14 unidades industriais que estão em atividade neste novo ciclo.
Já no que se refere ao etanol, a produção foi de 154.464 m³. Deste total, segundo os dados divulgados no último boletim semanal, 54.201 m³ foram do tipo anidro e 100.263 m³ do hidratado.
Em comparação ao mesmo período da safra 18/19, quando a produção de etanol acumulada era de 148.872 m³, houve um incremento neste ciclo de 5.592 m³.
De acordo com a Conab, enquanto na safra passada pouco mais de 9,6 milhões de toneladas de cana foram destinadas a produção de açúcar, a quantidade deve ser ampliada neste ciclo para 10,8 milhões. O que corresponde a um aumento de 12,1%.
No que se refere ao etanol, o levantamento da estatal afirma que o volume de cana destinado a produção do biocombustível entre as duas safras praticamente deve ser a mesma, ou seja, 6,5 milhões de toneladas.
O processo de acompanhamento da safra de cana-de-açúcar realizado pela Conab tem o propósito de abastecer com informações o governo federal para gerir políticas públicas voltadas para o setor, tendo em vista sua importância estratégica e econômica para o país.
Cana
O quarto boletim quinzenal da safra 19/20, divulgado pelo Sindaçúcar-AL e com a posição acumulada até o dia 31 de outubro, informa que foram processadas mais de 5,1 milhões de toneladas de cana pelas 14 unidades industriais em funcionamento neste ciclo.
De acordo com o levantamento, que representa a produção de quase três meses de moagem, a variação de crescimento em comparação ao mesmo período da safra passada, quando foram esmagadas 4,7 milhões de toneladas de cana, foi quase 8%.
