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Rural

16 DE JANEIRO: DIA ALUSIVO AO CORTADOR DE CANA-DE-AÇÚCAR

Profissão de monocultura da cana-de-açúcar é uma das mais antigas do país; estima-se que existam cerca de 45 mil trabalhadores em Alagoas

Por Editoria do Gazeta Rural | Edição do dia 15/01/2022

Matéria atualizada em 15/01/2022 às 04h00

O cortador de cana-de-açúcar é celebrado em 16 de janeiro. A data, instituída pela Lei nº 4.188, de 17 de agosto de 1984, faz alusão aos profissionais que trabalham na monocultura da cana-de-açúcar diretamente nos canaviais. A atividade é uma das mais antigas do país e se confunde com a própria história do Brasil. Cerca de 45 mil pessoas desempenham a profissão de cortador de cana-de-açúcar no país, segundo estimativa da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras Assalariados e Assalariadas Rurais de Alagoas (Fetar/AL). 

“Um trabalhador valoroso, muito importante para o setor sucroalcooleiro. Principalmente na região Nordeste, onde a topografia é acidentada, ele tem um papel fundamental para a produção do açúcar, do etanol, do desenvolvimento do estado. Por isso podemos chamá-lo de gigante”, destacou Edgar Filho, presidente da Associação dos Plantadores de Cana de Alagoas (Asplana).

 

Edilson Vieira, cortador de cana-de-açúcar da Usina Santo Antônio
Edilson Vieira, cortador de cana-de-açúcar da Usina Santo Antônio - Foto: Reprodução
 

Edilson Vieira, conhecido como “Guará”, natural de Colônia Leopoldina, é cortador de cana-de-açúcar desde cedo. Ele começou a trabalhar ainda na adolescência para ajudar a família. “Meu pai não tinha condições de sustentar a gente e, assim, nós seguramos o rojão das despesas”, contou. Experiente na atividade, ensina como fazer o corte da cana-de-açúcar da melhor forma. “Quanto mais baixo, não dá prejuízo a ninguém. Tem mais qualidade no serviço”. 

“Guará” trabalha na Usina Santo Antônio, localizada na cidade de São Luís do Quitunde, há mais de uma década. Por ser um trabalhador produtivo, já ganhou muitos prêmios nas dinâmicas da empresa. Ele disse ser muito grato pelo emprego que tem e pela profissão que desempenha. “Graças a Deus tô na Santo Antônio. Fazendo bem feito fica todo mundo satisfeito”. A história dele é comum a muitas outras pessoas nos canaviais. 

“Vale a pena. É um serviço sofrido, mas nós arranjamos o pão de cada dia pra família aqui. É melhor cortar cana do que tá fazendo coisas erradas por aí”, disse Elizeu Ramos, cortador de cana-de-açúcar. Natural de Maraial, cidade do interior do estado de Pernambuco, também começou a trabalhar cedo, ainda na adolescência. “Eu era de menor, tinha uns 12 ou 13 anos de idade e até hoje tô aqui”. 

 

Elizeu Ramos, cortador de cana-de-açúcar da Usina Santo Antônio
Elizeu Ramos, cortador de cana-de-açúcar da Usina Santo Antônio - Foto: Reprodução
 

Ao longo do tempo, a profissão passou por algumas mudanças significativas, sobretudo nas condições de trabalho no campo. Entre elas, o uso de equipamentos de proteção individual (EPIs), instalação de refeitório e alojamento próximos ao campo, visando melhor qualidade de trabalho para esses profissionais. Mesmo com a modernização da atividade, com o surgimento de novas tecnologias, ainda é grande o número de cortadores de cana-de-açúcar pelo país. 

“A gente tem trabalhado no sentido de melhorar a qualidade de vida, as condições de trabalho. A Fetar, os sindicatos, juntos, negociamos o salário desses trabalhadores com um aumento de 11%, sendo o maior do Nordeste. E continuamos vigilantes com relação ao transporte mais digno, horários de refeições, abrigos e EPIs necessários”, revelou o presidente da Fetar/AL, Antônio Torres. “Trabalhadores unidos jamais serão vencidos. Parabenizo a todos os trabalhadores cortadores de cana, trabalhadores rurais. Que sejam felizes e que continuem lutado por seus direitos”, finalizou.

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